O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) completa hoje 40
anos de vida. Número redondo de uma efeméride sempre propícia para louvar dois
notáveis transmontanos, cuja visão estratégica, inteligência e dinamismo
permitiram erguer esta instituição no “interior mais profundo do interior
profundo” de Portugal (palavras de MRS).
Joaquim Lima Pereira, era Reitor em exercício no IUTAD
(depois UTAD), quando, em 1983, decidiu fazer as malas e romper para Bragança
com ideias muito claras sobre o que pretendia para o desenvolvimento e coesão
do território. Porquê Bragança? Sempre os amigos souberam que, na juventude, havia ido parar a
Bragança como oficial de Cavalaria no regimento local, e aí conheceu
aquela de quem se dizia “ser a rapariga mais bonita da cidade e arredores”. Uma
paixão que logo estendeu à cidade e à região, como a sua vasta obra bem o demonstrou.
Foi um dos fundadores, com Dionísio Gonçalves, do IPB e, nesse mesmo ano, foi o
seu primeiro Presidente da Comissão Instaladora, dando início a uma imparável
maratona de desenvolvimento local e regional. Faleceu em 2009.
Dionísio Gonçalves, bragançano de gema, ingressou como
assistente em 1975 no IPVR, em Vila Real, depois IUTAD, onde fez o seu
doutoramento em 1986. Aí teve como mestre Joaquim Lima Pereira, que presidiu ao
júri do seu doutoramento. Ambos romperam de Vila Real para Bragança, em 1983,
partilhando projetos e ideias firmes para o desenvolvimento do interior mais
esquecido de Portugal. Dionísio Gonçalves assumiu, nessa data, o cargo de
Presidente da Comissão Instaladora da Escola Superior Agrária, que foi,
juntamente com a Escola Superior de Educação, uma das pedras basilares do IPB.
Tornou-se assim uma figura incontornável do desenvolvimento da região e um lutador
incansável pelo crescimento do IPB, do qual foi presidente durante mais de duas
décadas, assumindo ainda hoje o lugar de Presidente do Conselho Geral.