Desses muitos milhões,
de que se fala, e que cada um se acha mais legitimado para gerir, qual deles se
lembrou de falar também de Cultura, do quanto importa investir também na
Cultura?
Ignorar que para uma
vida verdadeiramente humana, para além do direito à Saúde, à Educação, ao
Trabalho, à Habitação, à Justiça, há também o direito à Cultura, como
indispensável à dignidade e ao livre desenvolvimento da personalidade de cada
um (como diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948), traduz um
grave retrocesso civilizacional.
A Cultura é o caminho
para a humanização, é com ela que se constrói uma sociedade mais democrática,
mais justa e mais solidária. Até porque o direito à Cultura está na base dos
outros direitos. O homem sem Cultura será sempre o mais enganado, o mais
humilhado e o mais explorado.
Só que tem pela frente
um problema insanável: investir na Cultura não é garantia de muitos votos. Por
isso, falar de Cultura para quê?
(ap)