Um
feito notável, alcançado em 2019, foi a proclamação pela UNESCO de um Dia Mundial
da Língua Portuguesa. E foi escolhido o dia 5 de maio. O Português, com os seus
265 milhões de falantes e tendo sido o idioma na primeira vaga da globalização,
é desde então a primeira língua a ter um Dia Mundial.
Um
bom pretexto para se refletir sobre a proteção efetiva que a Língua Portuguesa pode
ou não merecer por parte de algumas instituições nacionais no contexto internacional,
num tempo em que as chamadas “sociedades do conhecimento” são dominadas por
modelos anglo-americanos que se impõem através da língua. Ditam regras e critérios, impõem as suas influências no sistema
científico internacional, e não escondem sequer alguns traços etnocentristas
que se projetam numa clara hegemonia de quem quer, e pode, encarar o Outro como
inferior. E tendo a língua como arma. Uma espécie de ditadura da língua.
Não
esquecer que é na nossa língua que resistem as nossas especificidades socioculturais.
Não é por acaso que os povos defendem, pela língua, o seu direito à identidade,
à diferença. Toda a língua materna, mais do que um veículo de comunicação, é um
sistema organizado de pensamento. Por isso, que futuro pode ter o país, a sua
cultura, a sua identidade, quando o povo deixar de pensar (e de amar) em Português?
E
não esquecer também que o Português não é uma língua qualquer: é a quinta língua
mais falada no Mundo!