(foto de: Manuel
Correia)
No início da próxima
semana se saberá. O Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, reunido em Addis
Abeba, na Etiópia, a partir de 2ª feira, tem nas mãos o processo de candidatura
da Louça Preta de Bisalhães. Os trunfos são muitos. É única no mundo. Produzida
numa pequena aldeia do concelho de Vila Real, singulariza-se pelos processos e
técnicas ancestrais usados na sua confeção e cozedura, mantendo-os desde os
finais do séc. XIX; processos e técnicas que passaram de geração em geração até
aos dias de hoje, resistindo sempre às contrariedades e caprichos da
modernidade. O homem, a mulher e os filhos repartem as tarefas. O homem
trabalha na roda e enforma a louça, a mulher e os filhos preparam o barro,
abastecem de água, vão à carqueja e decoram a louça. Numa grande harmonia
familiar, produzem a chamada “louça churra” (peças mais grosseiras, pouco
decoradas e mais utilitárias) e a “louça fina” (bonitas peças de carácter mais
decorativo). Daqui saúdo todos quantos se empenham na salvaguarda deste
património.
(ap)