quinta-feira, 1 de outubro de 2015

E depois… o burro sou eu?


As últimas estatísticas dizem que o emprego em Portugal continua a cair (teve a maior queda desde Janeiro de 2013, dizia ontem o Público), em consequência da destruição de mais 34 mil postos de trabalho. Mas há também quem ande pelas televisões e pelas ruas, à caça de votos, propalando que o emprego, tal como a economia, está a crescer. 

E, certamente, até há quem acredite. Já nem falando que, aos 633 mil desempregados inscritos nos centros de emprego, falta juntar: 1 - os que desistiram de continuar inscritos por não verem aí solução para as suas vidas; 2 - os que continuam a emigrar (este ano mais 110 mil...); 3 - os que regressam ao ensino superior por não encontrarem trabalho e continuarem sob o encargo dos pais (e que por isso ficam fora das estatísticas); 4 – os que, saindo do ensino superior e nunca tendo conseguindo trabalho, também não constam nos centros de emprego; 5 – os que se agarram aos efémeros “estágios” (que nem a ilusão de um emprego chegam a ser…).

Por este andar, se vier o dia em que os que não têm emprego são em maior número do que os que o têm, não me admirará se os do costume continuarem, nas televisões e nas ruas, a dizer que tudo está bem (lembram-se de Mr. Magoo?). 

Mas, pior que isso, continuará certamente a haver quem acredite.