terça-feira, 11 de novembro de 2014

"Cante Alentejano" à sombra de uma oliveira com... 2451 anos!


Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro dataram e certificaram, em 2013, esta grandiosa oliveira alentejana com a bonita idade de 2450 anos. É a segunda árvore conhecida mais antiga de Portugal. Ganha 437 anos à idade de Cristo e 870 à idade da Nação. Sobreviveu aos povos invasores, bárbaros ou refugiados, que ao longo dos séculos pisaram este chão: primeiro os celtas, depois iberos, lusitanos, celtiberos, cónios, romanos, visigodos, alanos, árabes, franceses. A todos resistiu. Como resistiu às inclemências dos tempos, graças às raízes fundas, poderosas, que criou. Raízes que são um baluarte de resistência que lhe permite ainda desafiar o futuro, exibindo, orgulhosamente, uma vasta, profícua e rejuvenescida ramagem, e, acima de tudo, uma imensa produção de azeitona que resulta num azeite de elevada qualidade. Uma bela lição de vida, para um país à deriva, envelhecido, que ignora e negligencia as suas raízes, e deixa secar a ramagem sem lhe dar condições de frutificar.
 
Como a imagem mostra, à sombra desta majestática oliveira entoa-se o "Cante Alentejano", que é candidato à classificação de Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. A prova de que tudo o que é antigo é nobre. Saibamos vergar-nos a esta nobreza!
 
AP