Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
dataram e certificaram, em 2013, esta grandiosa oliveira alentejana com a
bonita idade de 2450 anos. É a segunda árvore conhecida mais antiga de
Portugal. Ganha 437 anos à idade de Cristo e 870 à idade da Nação. Sobreviveu
aos povos invasores, bárbaros ou refugiados, que ao longo dos séculos pisaram
este chão: primeiro os celtas, depois iberos, lusitanos, celtiberos, cónios,
romanos, visigodos, alanos, árabes, franceses. A todos resistiu. Como resistiu
às inclemências dos tempos, graças às raízes fundas, poderosas, que criou.
Raízes que são um baluarte de resistência que lhe permite ainda desafiar o
futuro, exibindo, orgulhosamente, uma vasta, profícua e rejuvenescida ramagem,
e, acima de tudo, uma imensa produção de azeitona que resulta num azeite de
elevada qualidade. Uma bela lição de vida, para um país à deriva, envelhecido,
que ignora e negligencia as suas raízes, e deixa secar a ramagem sem lhe dar
condições de frutificar.
Como a imagem mostra, à sombra desta majestática oliveira
entoa-se o "Cante Alentejano", que é candidato à classificação de
Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. A prova de que tudo o que é
antigo é nobre. Saibamos vergar-nos a esta nobreza!
AP