sexta-feira, 28 de novembro de 2014

As memórias do Douro antigo…


Está para sair a público a obra Património Imaterial do Douro, vol. 3. Um projeto do Museu do Douro. Mais um impulso no inventário das narrações orais da gente antiga do Douro. As lendas, os mitos, os contos… e até as histórias de vida. Histórias de gente real que correm gerações.

Deu até para chegar ao anfigúrico… José Sócrates! Que, afinal, enriqueceu mesmo, e licitamente, ao herdar a fortuna que lhe veio do seu antepassado, o famoso Júlio “Reco”, de Passos: o senhor do volfrâmio, que o acarretava numa velha camioneta (talvez a primeira que apareceu em Sabrosa…) comprando-o aqui e além, em tempos de guerra, tempos de miséria, em que os “pilhas” do minério da serra do Criveiro e Vale das Gatas matavam a fome aos filhos garimpando nos respigos da noite. Dizia então o pai: “Pelo roncar deve ser o meu Júlio”. O roncar da camioneta, entenda-se. Mas tal bastou para lhe ficar a alcunha. São memórias do Douro antigo. Talvez nem José Sócrates conheça esta antiga história do seu bisavô.

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