Qualquer sabrosense teve razões imensas para se emocionar com
o ato simbólico que aconteceu anteontem (9 de setembro), junto ao solar que a
memória e a tradição reconhecem como a casa do navegador Fernão de Magalhães:
D. Emiliano Moreno, Presidente Honorário da Associação das Comemorações
Mundiais do 5º Centenário da Viagem de Circunavegação de Fernão Magalhães,
deslocou-se a esta vila para devolver o brasão que D. Manuel I mandou picar e
destruir, quando o navegador entregou os seus serviços à coroa espanhola (diz a
memória oral que até com fezes de burro o esfregaram…).
É certo que não há documentação absolutamente segura que
atribua a naturalidade de Magalhães a Sabrosa, como não a há em relação a
localidade alguma (Porto, Vila Nova de Gaia…), contudo a convicção desta figura
prestigiada de Espanha (D. Emiliano, que representa 900 municípios de todo o
mundo ligados à aventura de Magalhães) não deixou de tocar fundo em todos, ao
dizer: “Venho aqui corrigir um erro histórico. A casa onde Fernão de Magalhães
nasceu e viveu a sua infância não podia continuar sem o seu legítimo brasão que
a coroa portuguesa lhe quis negar!”
É claro que a convicção da ciência exige mais que a eloquência das palavras. Mas… poderá alguém ficar indiferente a esta atitude convictamente generosa de D. Emiliano?
É claro que a convicção da ciência exige mais que a eloquência das palavras. Mas… poderá alguém ficar indiferente a esta atitude convictamente generosa de D. Emiliano?
Alexandre Parafita