João Barroso da Fonte, começou como pastor de vezeira e de vacas numa pequena aldeia do Barroso, dividindo o dia entre o trabalho infantil e a escola primária. Confessou numa entrevista recente que, com cinco anos de idade, já ia com os bovinos para os lameiros. E assim cresceu com a energia renovada dos renovos que despontam nos campos. Foi seminarista, combateu em África, foi jornalista do JN, fundou e/ou dirigiu jornais e revistas (“Comércio de Guimarães”, “A Voz de Guimarães”. “Gil Vicente”, “Poetas & Trovadores”, “9 Séculos”), foi colunista em 224 periódicos (inclusive no semanário “A Região”, sob a minha direção nos finais dos anos 80), escreveu dezenas de livros (poesia, ficção, ensaio), dirigiu o Paço dos Duques de Bragança e a delegação da Comunicação Social do Norte, foi vereador da cultura em Guimarães.
Enquanto combatia no Ultramar, escrevia para a revista “Crónica Feminina”, a troco de 80 escudos por artigo, recebidos em cheque pela esposa, em Guimarães, para ajuda no sustento dos filhos.
Fundou o Gabinete de Imprensa de Guimarães em 1976, responsável pelos primeiros cursos de formação de jornalistas em Portugal financiados pelo FAOJ, e, de seguida, lançou o Instituto Português da Imprensa Regional (IPIR), que permitiu aos profissionais e colaboradores da imprensa regional usufruir de um cartão de acreditação, legitimado pelo Governo, que conferia aos titulares os mesmos direitos da Carteira Profissional dos jornalistas.
E, hoje continua a fazer furor com os artigos que escreve na imprensa regional. A energia é a mesma dos tempos áureos. Com ela planta e difunde cultura, saber, humanidade.