Mara Minhava. Escreve e publica poesia, redige artigos e ensaios de
reconhecida qualidade, intervém ativamente no espaço público com mérito e
determinação. Foi recentemente nomeada Vereadora da Cultura da Câmara Municipal
de Vila Real, uma missão tão espinhosa como estimulante, que lhe assenta muito
bem.
Foi minha aluna no velhinho Liceu de Vila Real, já lá vão quase 30 anos.
Fez-me bem recordar.
Começou, por estes dias, a sua nobre missão ao pegar no dossier da
Candidatura de Vila Real a Capital Europeia da Cultura de 2027. Uma
responsabilidade e um desafio imensos, em especial sabendo-se que na mesma
corrida estão também as cidades de Braga, Aveiro, Coimbra, Guarda, Leiria,
Oeiras, Évora, Faro, Funchal e Ponta Delgada.
Fico a torcer pelo seu sucesso. Mas sobretudo na esperança de que, com o
seu talento, consiga fazer o que é realmente importante pela cultura em Vila Real:
reduzir ao que tiver de ser a “cultura do entretém”, a “cultura das
capelinhas”, promover a criação de novos públicos entre os jovens, estimular a
participação dos cidadãos nas práticas culturais potenciando a sua valorização
cívica, qualidade de vida e autoestima, transformar os jovens em agentes
culturais, identificar, estimular e acompanhar talentos para a literatura,
pintura, música, teatro, aumentar a qualificação do património, tornando-o
memória viva, pilar da identidade das comunidades e potenciador de um crescente
turismo cultural de qualidade.
Chegar a Capital Europeia da Cultura é bom. Mais que bom, é ótimo. Mas
ir até lá deixando boas sementes que deem frutos pelo caminho, ainda é melhor.