De novo estão aí os
rankings das escolas. Para encher páginas de jornais e espaços televisivos. E
nada mais. Porque, em boa verdade, está-se a falar daquilo que toda a gente já
sabe. Está-se a explorar o óbvio. E explorar o óbvio mais não é que uma forma
ridícula de legitimar a imbecilidade.
Conheço bem, e por
dentro, as duas realidades. E se na avaliação para os rankings não é levada em
conta a realidade das dezenas e dezenas de escolas públicas deste país
sobrecarregadas de problemas (alunos que transportam para lá toda a espécie de
dramas, alguns mal nutridos, outros violentos, a polícia a ser chamada a todo o
momento, famílias a viver na miséria, desestruturadas, pais desempregados ou a
sobreviver com o rendimento mínimo, outros nas cadeias, alunos que agridem a
torto e a direito, mães que entram pela escola dentro e esbofeteiam professores,
negócios de droga nas imediações, recreios que mais parecem presídios, outros transformados
em infernos de selvajaria, uma classe docente de idade avançada…), então as
regras do jogo estão viciadas.
Se ao menos estes
rankings servissem para mudar alguma coisa no que toca às escolas públicas, vá
que não vá. Mas, infelizmente, não servem para nada.