sábado, 25 de fevereiro de 2017

As máscaras de ontem e de hoje


«Num tempo em que toda a máquina mediática está voltada para os carnavais das grandes urbes, espelho de uma miscenização civilizacional imposta por outros carnavais do mundo, especialmente do Brasil, quase já só podemos encontrar manifestações diferenciadoras nos rituais de entrudo dos meios rurais, que continuam a assumir uma vertente identitária profunda. No nordeste transmontano, por exemplo, continuam a ritualizar-se as expressões mais originais do entrudo em Portugal, seja pela prática dos julgamentos públicos, queimas do entrudo, leitura de testamentos, pulhas e contratos de casamento (em Santulhão, Espinhoso, Paradinha Nova, Pinela, Carrazedo…), seja pelos desfiles de matrafonas e caretos (Podence, Ousilhão, Baçal, Varge, Vilas Boas, Salsas…) que personificam seres sobrenaturais, herdeiros dos deuses diabólicos venerados na Roma antiga.
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Artigo do Jornal de Notícias de hoje, 25-2-2017