O Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património
Cultural Imaterial, reunido em Addis Abeba, na Etiópia, aprovou hoje a
candidatura do Processo de Confeção da Louça Preta de Bisalhães como Património
Mundial, no âmbito dos bens patrimoniais a necessitar de “salvaguarda urgente”
pela sua particular vulnerabilidade. Apenas cinco famílias de oleiros mantêm
viva esta atividade!
Uma decisão muito justa. Trata-se de um património único no mundo. A louça
preta, produzida numa pequena aldeia do concelho de Vila Real, singulariza-se
pelos processos e técnicas ancestrais usados na sua confeção e cozedura,
mantendo-os desde os finais do séc. XIX; processos e técnicas que passaram de
geração em geração até aos dias de hoje, resistindo sempre às contrariedades e
caprichos da modernidade. O homem, a mulher e os filhos repartem as tarefas. O
homem trabalha na roda e enforma a louça, a mulher e os filhos preparam o
barro, abastecem de água, vão à carqueja e decoram a louça. Numa grande
harmonia familiar, produzem a chamada “louça churra” (peças mais grosseiras,
pouco decoradas e mais utilitárias) e a “louça fina” (bonitas peças de carácter
mais decorativo).
Parabéns a todos quantos participaram
nesta candidatura.