No âmbito do III Fórum
do Património Imaterial do Douro, no Museu do Douro, foi feito o lançamento da
obra “Património Imaterial do Douro”, Vol.3, da autoria de Alexandre Parafita, dedicado
às narrações orais dos concelhos de Sabrosa e Vila Real.
Esta obra, que resulta
do plano de inventariação de Património Imaterial que o Museu do Douro tem
vindo, desde 2007, a realizar, foi apresentada pelo conhecido jornalista da TSF
Fernando Alves, que, sobre ela, proferiu um testemunho colorido e tocante que
avivou ainda mais a curiosidade sobre o seu conteúdo. Os “Narradores da
Memória”, colaboradores ativos deste projeto, estavam lá, pelo menos os que
puderam comparecer fisicamente, e receberam o diploma que os certifica como
habilitados a transmitirem às novas gerações a memória cultural das suas
comunidades. Pela sua respeitável idade (a rondar os 90 anos) e
lucidez das suas memórias, foram particularmente acarinhados o Sr. António
Pinto da Lapa, o Sr. José Marques Soares (o último carcereiro de Sabrosa), o
Capitão Carvalho (Raul Ferreira de Carvalho) e o Sr. António Henriques
Figueiredo. Ao todo, são 19 os narradores agora diplomados, o que perfaz o
número total de 45 desde o início do projeto.
Dos
seus testemunhos, pode agora conhecer-se o lado mais
oculto e misterioso do Douro Património Mundial: o Douro das memórias, dos
mitos, das lendas, das crenças e das inquietações das gentes que construíram,
ao longo dos séculos, a paisagem duriense. Nesta obra, são revelados
registos lendários de milagres, lugares de memória, crenças e superstições,
atos de bruxaria e outros rituais diabólicos, inquietações de almas penadas,
lobisomens, transfigurações do demónio, entre muitos outros.