domingo, 28 de dezembro de 2014

“Património Imaterial do Douro”, vol.3: o lado mais oculto e misterioso do Douro



No âmbito do III Fórum do Património Imaterial do Douro, no Museu do Douro, foi feito o lançamento da obra “Património Imaterial do Douro”, Vol.3, da autoria de Alexandre Parafita, dedicado às narrações orais dos concelhos de Sabrosa e Vila Real.

Esta obra, que resulta do plano de inventariação de Património Imaterial que o Museu do Douro tem vindo, desde 2007, a realizar, foi apresentada pelo conhecido jornalista da TSF Fernando Alves, que, sobre ela, proferiu um testemunho colorido e tocante que avivou ainda mais a curiosidade sobre o seu conteúdo. Os “Narradores da Memória”, colaboradores ativos deste projeto, estavam lá, pelo menos os que puderam comparecer fisicamente, e receberam o diploma que os certifica como habilitados a transmitirem às novas gerações a memória cultural das suas comunidades. Pela sua respeitável idade (a rondar os 90 anos) e lucidez das suas memórias, foram particularmente acarinhados o Sr. António Pinto da Lapa, o Sr. José Marques Soares (o último carcereiro de Sabrosa), o Capitão Carvalho (Raul Ferreira de Carvalho) e o Sr. António Henriques Figueiredo. Ao todo, são 19 os narradores agora diplomados, o que perfaz o número total de 45 desde o início do projeto.

            Dos seus testemunhos, pode agora conhecer-se o lado mais oculto e misterioso do Douro Património Mundial: o Douro das memórias, dos mitos, das lendas, das crenças e das inquietações das gentes que construíram, ao longo dos séculos, a paisagem duriense. Nesta obra, são revelados registos lendários de milagres, lugares de memória, crenças e superstições, atos de bruxaria e outros rituais diabólicos, inquietações de almas penadas, lobisomens, transfigurações do demónio, entre muitos outros.