quinta-feira, 20 de junho de 2013

Força, professores!


Quem conhece a realidade da educação dos dias de hoje sabe bem como é justa a luta dos professores. Os que a não conhecem (e das escolas e dos professores apenas sabem o que trouxeram dos tempos do PREC…) vão aos armários bafientos buscar argumentos irrealistas e imbecis, como se tem visto, por estes dias, em alguns comentadores que não hesitam em apontar os professores como uma casta de malandros atrelados ao orçamento do Estado. Ignoram que o professores não trabalham apenas de sol a sol nas escolas com turmas enormíssimas, tantas vezes carregadas de problemas, mas trabalham também pelas noites e madrugadas dentro (com pastas e pastas de planos de aula, planos de recuperação de alunos, registos regulares da evolução dos alunos, informações para encarregados de educação, planos de articulação horizontal e vertical de conteúdos com as diversas disciplinas e com outros anos de escolaridade, elaboração de materiais pedagógicos adequados às turmas, fichas de trabalho, testes de diagnóstico e testes de avaliação, elaboração e correção de fichas de leitura, exercícios de expressão escrita, relatórios de autoavaliação do desempenho docente, leitura e análise de legislação e documentos orientadores das disciplinas lecionadas e da escola com as metas a atingir, o Projeto Educativo da escola, o Projeto Curricular de Agrupamento, o Regulamento Interno o Estatuto do Aluno, elaboração de relatórios de todas as atividades, das aulas de apoio pedagógico, dos projetos, dos clubes, da direção de turma, elaboração das adequações dos Processos de Ensino e Aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais, elaboração, atualização e avaliação do Projeto de Turma e os PAP'S (Projetos de Acompanhamento Pedagógico), preparação de reuniões e redação das respetivas atas de Conselhos de turma, conselho de diretores de turma, de projetos, de clubes, do conselho pedagógico, com encarregados de educação, departamento, grupo de recrutamento, de avaliação de desempenho docente...).

O governo está a destruir o país e isso vê-se dia a dia. Cidadãos tristes, idosos deprimidos, jovens revoltados, desocupados, sem esperança, sem horizontes. Jamais país algum progrediu com gente infeliz. Mas o governo teima em ir mais além, em acentuar a tristeza reinante. E o ministro não se faz rogado na educação. É vergonhoso o que pretendem fazer com a classe profissional mais imprescindível e mais nobre de um país. Os professores não são coisas, e muito menos coisas descartáveis. O governo quer construir o futuro com quem? Com seres sem alma, sem personalidade, sem honra, sem direitos? Pôr em causa a dignidade dos professores aos olhos do país é acabar com a esperança numa educação que construa um país melhor. É desistir definitivamente do futuro.
A.P.