Dando realce aos estudos da Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), visando a preservação da Borboleta Azul,
a National Geographic, na sua edição de dezembro, dedica várias páginas a esta
espécie, tão bela quanto misteriosa, que se encontra em risco de extinção nos
países do Centro e Norte da Europa. Aí são apresentados os estudos minuciosos,
coordenados pela bióloga da UTAD, Paula Arnaldo, e concentrados na serra do
Alvão, no âmbito do programa de Preservação da Biodiversidade
de Vila Real coordenado pelo pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Vila
Real. A sobrevivência da Borboleta Azul depende da preservação de todo
um ambiente ecológico que se procura igualmente proteger. Segundo Paula
Arnaldo, a borboleta é única também por causa do
seu ciclo de vida. Trata-se de uma espécie muito frágil e com baixa tolerância
a variações no ecossistema, necessitando de condições ecológicas específicas.
Necessita, designadamente, da presença da sua planta hospedeira, a genciana,
onde coloca os ovos, assim como da formiga do género Myrmica que a
alimenta no seu formigueiro durante as últimas fases larvares. Esta formiga
cria as larvas durante nove a dez meses, até o desenvolvimento final se dar e
as borboletas passarem novamente à fase adulta e iniciar-se nova geração. Há um
complexo que tem que existir no ecossistema, bastando falhar um destes aspectos
para a borboleta desaparecer.
Curiosidade: A borboleta azul macho, após a sua eclosão, tem apenas dez dias de vida. Dez dias que vai ocupar a procurar fémea para garantir a sobrevivência da espécie. Dez dias de uma entrega tão urgente como generosa. Tudo para que a Natureza se cumpra! Para que o ecossistema não entre em rotura! Que belas lições os humanos podiam colher nestas fascinantes criaturas!
Alexandre Parafita